O progresso da Humanidade
“Os homens são criadores de sentido e seus intérpretes, sendo os códigos de sentido que dão significado às nossas acções e nos permitem conferir sentido às acções dos outros. Tomados em conjunto constituem a nossa cultura , que hoje em dia está no centro das nossas vidas.”
SILVA, Manuel Lopes; Cultura e Sociedade da Comunicação
O progresso da humanidade pontua-se por toda uma série de contactos e conflitos relativos ao modo de organização da vida social, nomeadamente no que respeita à apropriação e transformação de recursos naturais e à concepção e expressão da realidade.
Cada cultura é o resultado de uma história particular, que inclui necessariamente o relacionamento/intercâmbio/interprenetração com outras culturas, independentemente da diversidade de características apresentadas por estas.
Actualmente vive-se uma espécie de “revolução cultural” que a transporta para uma escala global e que por isso a democratiza e populariza. O mundo e os ambientes virtuais tornam-se cada vez mais “uma realidade do fórum quotidiano” e as transformações ocorrem a uma velocidade alucinante muito para lá da “escala humana”.
Aproveitando-se das culturas locais para as converter num outro produto cultural para o mercado mundial, a cultura global actual, apresenta um conjunto de produtos culturais padronizados corroendo as particularidades e diferenças locais substituindo-as por uma “ cultura mundial'' ocidentalizada.
A informação e com ela a cultura, revestem-se assim de características diferentes e nem sempre quantidade se revela enquanto sinónimo de quantidade.
E é sobretudo aqui, na aquisição/enriquecimento da cultura, que as maiores assimetrias se verificam: nem sempre a grande quantidade de informação se transforma em cultura/conhecimento.
Ao invés de “informação” é pois frequente a ultilização do termo “conhecimento'' pretendendo-se com isso recordar que a simples informação não basta para os cidadãos formarem um juízo.
Há porém que ter em conta toda uma série de outros factores nomeadamente o tempo a “vontade” de alcançar o verdadeiro conhecimento.
É que não basta vencer o obstáculo do acesso aos meios. O facto de podermos entrar em contacto como uma infinidade de informações, não nos traz necessariamente conhecimento/ cultura.
É necessário e urge saber o que fazer com toda a informação que constantemente nos bombardeia, filtrá-la e processá-la para a transformar.
Convém lembrar que esse processo depende do ambiente cultural em que vivemos, pois este interfere nas dimensões da nossa percepção.
Por muito que a UNESCO e outras instituições proclamem que “A Sociedade da Informação é a pedra angular das sociedades do conhecimento. O conceito de “sociedade da informação”, a meu ver, está relacionado à ideia da “inovação tecnológica”, enquanto o conceito de “sociedades do conhecimento” inclui uma dimensão de transformação social, cultural, económica, política e institucional, assim como uma perspectiva mais pluralista e de desenvolvimento. O conceito de “sociedades do conhecimento” é preferível ao da “sociedade da informação” já que expressa melhor a complexidade e o dinamismo das mudanças que estão ocorrendo. (...) o conhecimento em questão não só é importante para o crescimento económico, mas também para fortalecer e desenvolver todos os setores da sociedade”. (Abdul Waheed Khan (subdiretor-geral da UNESCO para Comunicação e Informação), a informação/o conhecimento continuarão, num futuro próximo, a ser realidades diferentes em África, na Europa, nas Américas.
A sua preferência pela denominação de sociedades do conhecimento fundamenta-se pelo fato de que possui uma abrangência maior, respeitando as diversas culturas subjacentes. Enquanto que a denominação sociedade da informação parece um pouco menos amplo e mais segregador das inúmeras facetas existentes entre os seres humanos.
ResponderEliminarConceição