sábado, 2 de maio de 2009

Digital Citizens



Não há como parar o fenómeno…não há como regredir…
E será que o queremos? E para que serviria?


Até há bem pouco tempo, alguns professores mais afeitos às novas tecnologias, avisavam os seus alunos de que tivessem cuidado na elaboração de trabalhos pois facilmente seriam descobertos caso resolvessem “copiar” da “net“ o trabalho. Tempos pré-históricos diremos agora: a informação na “net” aumentou exponencialmente e será no mínimo uma tarefa hercúlea tentar controlar tudo o que se produz sobre um determinado tema…

E cito André Lemos: 

Dans un récent article pour la revue "Wired", l'auteur de science-fiction cyberpunk William Gibson a montré comme la pratique de "cut and past", du « copier-coller », a configuré les avant-gardes artistiques du siècle dernier. Plus encore, notre culture n'est pas formée comme une culture de la production, du produit ou de l'audience, mais plutôt comme une culture de la participation, de l’appropriation, de l’usage des références les plus diverses. Cette participation se donne par l'utilisation et la circulation libres des oeuvres. Cella marque la culture de la fin du siècle dernier. Des mots comme "audience", "enregistrement", "produit" sont, conformément à Gibson, dépassés dans la cyberculture à partir de la logique du remix, du copyleft. Le remix c’est la vraie nature du numérique.

É que, quer queiramos quer não, entrámos na era da  "apropriação e re-conversão”, da Copyleft que se opõe à cultura do copyright característico de uma sociedade industrial cuja dinâmica sociocultural era dominada pelos massmedia. 

De facto André Lemos tem razão quando afirma que: 

“La cyberculture a créé ce qui l’on appelle le "citizen media", ou le média du citoyen. Chaque utilisateur est stimulé à produire, distribuer et recycler des contenus numériques, soit des textes littéraires, protestations politiques, matières journalistiques, émissions sonores, films, photos ou musique faits à la maison ».

pois cada vez mais se « interpreta » e « mistura ». O “citizen media” coloca a sua versão, muitas vezes “ ilustrada” com imagens, vídeos etc., ao dispor em blogs, páginas pessoais etc.

The internet is giving people a voice, to self-publish, and to rapidly share what you say in ways never quite possible before. 

Perante uma “revolução”, seja ela de que ordem for, há sempre a tendência para acentuar os aspectos negativos, ou, pelo contrário, empolgar os positivos. A sensatez porém, juntamente com um olhar mais atento para com a expansão e luta tenaz dos O.E.R., só podem levar-nos a concordar que a cibercultura tornou dominantes a partilha, a distribuição, a cooperação e a apropriação de bens. 

"C’est bien cela la puissance de la culture et de la connaissance, comme une sorte d’effervescence sociale que crée de la sociabilité. Ici les nouvelles technologies sont de vecteur de sociabilité et de socialité (Maffesoli, 2002)".

Não há como parar o fenómeno…não há como regredir…e será que o queremos? E para que serviria?

"Lev Manovich, dans le même esprit, affirme que dans l'ère industrielle la culture massive a été celle où “everyone was supposed to enjoy the samegood – and share the same beliefs”. Mais, dans l’actuelle cyberculture, “every citizen can construct her own custom lifestyle and ‘select’ her ideology from a large (but not infinite) number of choice (…). The logic of new media technology reflects this new social logic” (Manovich, 2001)".

Para explicar o espírito do tempo, autores como Lessing falam da  emergência de uma  "free culture" (Lessing, 2004) 

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